Pós Calais e mecanismos de acolhimento e de recolocação de migrantes de Calais: Tradução de uma violência institucional

Autor principal:
Paula Cristina Sampaio (Universidade do Minho)
Autores:
Isabel Estrada Carvalhais (Universidade do Minho)
Programa:
Sesión 1
Día: jueves, 21 de septiembre de 2017
Hora: 09:00 a 11:00
Lugar: Aula 0.1.

Na questão da “crise migratória”, ao nível dos Estados-membros da União Europeia, temos assistido a políticas nacionais que se traduzem em políticas restritivas de direitos, ou na omissão da atuação do Estado em domínios que lhe são próprios. Esta atuação dos Estados representa  uma Violência Institucional, a qual, pela sua natureza difusa e indireta, nem sempre é perceptível para quem a “constrói”, uma vez que é aplicada através das instituições e pelo agentes ao serviço do Estado.

A questão de Calais representa um caso paradigmático de Violência Institucional face a ausência de uma resposta cabal ao problema pelo governo francês.

 Após o total desmantelamento do campo de Calais em outubro 2016, vários migrantes foram repartidos e alojados em centros de acolhimento. Estes locais, temporários, em nada resolveram a situação dos migrantes e tem-se assistido a formação de “novos” campo, nomeadamente em Paris.

Esta comunicação centra-se na análise aos mecanismos de acolhimento e de recolocação de migrantes de Calais, implementados pelo Estado francês em parceria com ONG’s e outras associações, após o desmantelamento do campo. Em concreto, centra-se sobre o modo como tais mecanismos podem traduzir uma linguagem de violência institucional sobre os migrantes deslocados, e sobre a (in)consciência que os migrantes possuem sobre tais mecanismos como eventual linguagem de Violência Institucional, através da análise de narrativas de migrantes realocados na cidade de Paris.

Palabras clave: Migrantes, Violência Institucional, Calais, União Europeia